Feliz Navidad

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Bumba Meu Boi do Maranhão

O enredo da festa do Bumba-meu-boi resgata uma história típica das relações sociais e econômicas da região durante o período colonial, marcadas pela monocultura, criação extensiva de gado e escravidão. Numa fazenda de gado, Pai Francisco mata um boi de estimação de seu senhor para satisfazer o desejo de sua esposa grávida, Mãe Catarina, que quer comer língua. Quando descobre o sumiço do animal, o senhor fica furioso e, após investigar entre seus escravos e índios, descobre o autor do crime e obriga Pai Francisco a trazer o boi de volta.
Coquetéis e curandeiros são convocados para salvar o escravo e, quando o boi ressuscita urrando, todos participam de uma enorme festa para comemorar o milagre. Brincadeira democrática que incorpora quem passa pelo caminho, o Bumba-meu-boi já foi alvo de perseguições da polícia e das elites por ser uma festa mantida pela população negra da cidade, chegando a ser proibida entre 1861 e 1868.
O atual modelo de apresentação dos bois não narra mais toda a história do ‘auto’, que deu lugar à chamada ‘meia-lua’, de enredos simplificados. Atualmente, existem quase cem grupos de bumba-meu-boi no Estado do Maranhão subdivididos em diversos sotaques. Cada sotaque tem características próprias que se manifestam nas roupas, na escolha dos instrumentos, no tipo de cadência da música e nas coreografias

Sotaques

Sotaque de matraca – é o mais popular e com maior numero de grupos no Estado. O instrumento que dá nome ao sotaque é composto por dois pequenos pedaços de madeira, o que motiva os fãs de cada boi a engrossarem a massa sonora de cada “Batalhão”. Além das matracas, são usados pandeirões e tambores-onça (uma espécie de cuíca com som mais grave). Na frente do grupo fica o cordão de rajados, cablocos de fitas, índias, vaqueiros e caboclos de pena.
Sotaque de Zabumba – Ritmo original do Bumba-meu-boi, este sotaque marca a forte presença africana na festa. Pandeirinhos, maracás e tantãs, além das zabumbas, dão ritmo para os brincantes.
No vestuário destacam-se golas e saiotas de veludo preto bordado e chapéus com fitas coloridas. O sotaque de zabumba passa por grande crise nos últimos anos devido à falta de novos brincantes interessados em manter as tradições do mais antigo estilo de boi.
Sotaque de Orquestra – Ao incorporar outras influências musicais, o Bumba-meu-boi ganha neste sotaque o acompanhamento de diversos instrumentos de sopro e cordas, como o saxofone, clarinete e banjo. Peitilhos (coletes) e saiotes de veludo com miçangas e canutilhos são alguns dos detalhes nas roupas do brincantes.
Sotaque da Baixada – Embalado por matracas e pandeiros pequenos, um dos destaques deste sotaque é o personagem Cazumbá, uma mistura de homem e bicho que, vestido com uma bata comprida, máscara de madeira e de chocalho na mão, diverte os brincantes e o público. Outros usam um chapeú de vaqueiro com penas de ema.
Sotaque Costa de Mão – Típico da região de Cururupu, ganhou este nome devido a uns pequenos pandeiros tocados com as costas da mão. Caixas e maracás completam o conjunto percussivo. Além de roupa em veludo bordado, os brincates usam chapéus em forma de cogumelo, com fitas coloridas e grinaldas de flores.
Personagens
Dono da Fazenda – é senhor dono da fazenda. Usa a roupa mais rica e um apito para coordenar a festa. É o responsável pela organização do Batalhão e, em alguns casos, é também o cantador.
Pai Francisco – vaqueiro, veste-se com roupas mais simples. Seu papel durante a brincadeira é provocar risos na platéia. Cada boi pode ter vários deste personagem.
Mãe Catirina – mulher de Pai Francisco. Normalmente representada por um homem vestido de mulher.
Índias – mulheres cobertas por penas no peito, mãos e pernas.
Miolo – brincante responsável pelas evoluções e coreografias do boi.
Vaqueiros – empregados da fazenda. Usam roupas de veludo e chapéus de pena com longas fitas coloridas.
Mutuca – para não deixarem os brincantes dormirem durante as maratonas de apresentação do bois, os mutucas são responsáveis pela distribuição de cachaça a todos.
Caboclo de fita – brincantes enfeitados com chapéus de fita coloridos e que se misturam aos vaqueiros durante a festa.
Caboclo de pena – homens cobertos por penas e com um grandé chapéu ou cocá que também é feito de penas, representando os homens da tribo nos rituais.
Principais arraiais que os bumba-meu-bois se apresentam
Parque Folclórico da Vila Palmeira
Arraial do Projeto Reviver
Arraial do CEPRAMA
Arraial da Lagoa
Arrail do Renascença
Arraial do Viva Anjo da Guarda
Arraial do Viva Vila Embratel
Arraial do Viva Bairro de Fátima
Arraial do Viva Liberdade
Arraial do Viva Maiobão
Capela de São Pedro na Madre Deus
Praça da Saudade na Madre Deus
Arraial do Viva João Paulo
Arraial do Cohatrac
Parque Folclórico Terezinha Jansen – São José de Ribamar
Arraial Viva Vilas – São José de Ribamar
Arraial da Parque Vitória – São José de Ribamar
Arraial da praça Maria Aragão
Fonte: wikipedia

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